quarta-feira, 13 de maio de 2015

Outro tipo de alergias ...

                Acredito que muitos dos que estejam a ler este post tenham alergias, e estejam, neste preciso momento, a assoar-se, com os olhos inchados, com o nariz entupido e até mesmo a tomar um daqueles comprimidos, que parece ser nestes dias de Primavera a abençoada solução a que recorrem quando estão aflitos. Contudo, e felizmente porque não tenho alergias, ou pelo menos até hoje nunca tive, desejo-vos com boa vontade as melhoras, mas vou-me afastar um pouco deste tema.
                Sai de casa, a pressa era muita, o ressurgente pólen emergia das flores e árvores e começavam até a afetar-me a mim e a ele, o companheiro de todos os dias.  Chegamos então ao nosso destino, que permanece sempre o mesmo ao longo destes dias de intenso trabalho. Recebemos, como sempre, os insossos bons dias, os sorrisos premiados Mona Lisa, e os cochichos que se fingem de silenciosos. Como estas pessoas me causam alergia.
                São, no entanto, os meus companheiros. Penso que ainda o são, sinto-me um pouco estranho ao falar assim deles. Quem sabe, talvez seja a crise de valores e de verdades da era do metal, do consumo, da tecnologia ao vir ao de cima. No entanto, a uns permanece a felicidade, a generosidade e a preciosa genuinidade, (que penso gasta em mim), e que tanto admiro. Talvez seja a altura de tentar mudar por parte de alguns (e talvez eu próprio), mas essa decisão não me cabe só a mim. Eu  queria alcançar o mundo inalcançável e perfeito dos sonhos.
                Contudo, quaisquer semelhanças com uma crítica não passam disso! Afinal, eu vim aqui para falar de alergias, e, por vezes, quem me dera poder tomar um antialérgico que me pudesse curar também estas irritações.

Filipe Monteiro

               

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