quinta-feira, 7 de maio de 2015

Vergonha

Foi há pouco tempo que se realizou um suposto exame nacional de Inglês. Todos os alunos foram obrigados, logo desde o início do ano, a fazer uma prova de inglês do Cambridge. Até aqui parece perfeitamente normal que se realize um exame a Inglês para aferir o nível de inglês dos estudantes em Portugal, tal como se fez durante muitos anos com os testes intermédios, que apenas contavam para uma média de escola e não para a média do aluno.
Supostamente, o exame, segundo boatos, e nada mais do que isso, no início do ano iria contar 30% da nota final, tal como os outros exames nacionais. No final do 2º período, passou a ter o peso de um teste. E, semanas antes do exame, já se constava entre professores que nada valeria na média final. Ora como pode um exame ser tão polémico? Porque é que nenhuma informação exata foi emitida por parte do ministério da educação? Apenas foi comunicado, em despacho a todas as escola,s que os alunos teriam de realizar um exame dividido em Reading, writing, listening e speaking. E se quisesse obter um certificado das suas habilitações, teria de pagar 25 euros ao Instituto Cambridge.
Começa-se a perceber o porquê de tanta indignação da minha parte... Mas, como se não bastasse, o exame custa ao Estado Português 250000 euros, além de ter que dar dias de férias aos professores que irão corrigir as provas. Ou seja, o governo gasta ¼ de milhão para o instituto mandar para Portugal uma prova, e emprestar o software para corrigir a escolha múltipla, restando para os coitados dos professores de inglês a correção dos textos. Uma vergonha, já que seria compreensível que por um preço deste tivesse incluído toda a correção, cabendo apenas ao Estado Português a logística com as escolas, como em qualquer outro exame.
Começa-se a formar uma longa lista de coisas incompreensíveis. Mas falta muito para acabar. Como fomos informados, o exame é preenchido a lápis, sendo também assinado a lápis. Supõe-se que o exame seja um texto/documento oficial, e, por isso, preenchido a caneta. Quem me vai garantir que as respostas dadas em exame não poderão ser alteradas? Não poderá apenas o meu professor de inglês, apenas porque quer ficar com louros de um bom resultado, alterar as minhas respostas, ou o contrário? Só por isso o exame perde toda a sua credibilidade.
Falta apenas referir mais um ponto, mas que poderá deitar abaixo a farsa a que chamam exame. No início do exame é nos dado um inquérito para preencher. Ora este inquérito levanta muitas dúvidas sobre a sua validade. Sendo eu menor de 18 anos, supõe-se que o meu encarregado de educação me terá de dar autorização para preencher qualquer tipo de inquérito. Além disso, eu sou obrigado a assinar e o inquérito segue para não se sabe onde, com uma assinatura, sem uma garantia da proteção de dados. Nunca se viu tal coisa acontecer.
Sou conhecido por me revoltar com facilidade, mas isto supera os limites. O estado português e o ministério da educação manipulam os alunos e deitam fora professores! Com isto, parece que querem o povo burro, porque quanto mais burro o povo é, mais poder ganham os tiranos e ditadores.
Como defensor da democracia, não posso deixar que isto passe em claro. Porque em Portugal fazem-se todos os anos exames com o maior sigilo possível, e,  com este exame, ninguém se preocupa. É grave o que aconteceu. Não se pode deixar passar isso em claro!


Miguel Ferro

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